domingo, 24 de abril de 2011

Tetro

Tetro
Local: Cinesesc - Mostra Melhores Filmes 2011




Fui assistir ao filme sem saber praticamente nada sobre ele.. é algo que sempre gosto de fazer para ter a surpresa de descobrir a história aos poucos...

E foi muito bom ter feito isto.. não sei se lesse sobre o filme acabaria assistindo.. De qualquer forma, estava na mostra Melhores Filmes de 2010 lá no Cinesesc e, por isto, as chances de ser um filme ruim eram poucas.

E realmente não é ruim não.. mas também não é daqueles filmes que você se emociona e que se lembra por um tempão ... mas é um bom filme. Um pouco dramático demais.. acho que se Coppola tivesse poupado uma parte dos dramas na história, talvez o filme ficasse mais leve e melhor.

O grande lado positivo do filme é a qualidade das imagens. Atualmente é muito difícil vermos filmes com fotografias extremamente artísticas como em Tetro. A maior parte do filme é apresentada em PB e só algumas cenas são coloridas... O resultado é uma fotografia linda que mostra Buenos Aires de uma forma ímpar, com um ar clássico..e é até uma surpresa percebermos que a história acontece nos dias atuais (2009).

Tetro conta a história de um escritor que, traumatizado pelo relacionamento problemático com o pai, foge para Buenos Aires. Lá ele tenta esquecer todo o seu passado e começar uma nova vida mas é forçado a encarar o seu passado quando o seu irmão mais novo Benjamin também foge e vai atrás dele na Argentina. Benjamin descobre um livro inacabado de seu irmão que conta todo o relacionamento conturbado de Tetro com seu pai e o desenrolar da história explica tudo o que acontece no filme.

Mas a história é tão dramática que fica difícil nos reconhecermos e nos emocionarmos com o enredo.. de qualquer moda, a história é apresentada de uma forma muito artística e bonita, o que prende a atenção durante todo o filme. As cenas são realmente muito bonitas e o ator que faz Benjamin (Alden Ehreinreich) é simplesmente lindo e vale a pena ver o filme só para ficar ali vendo ele.. tudo!



Agora o fillme tem outro lado bem negativo: é irritante e surreal o clima mambembe das pessoas que vivem em Buenos Aires.. Achei muito forçado e, de verdade, bem bobo e datado. E dá pena também ver Carmen Maura desperdiçada num papel totalmente secundário e inexpressivo.

Tirando estes pontos, Tetro é um filme interessante e que entretém.. mas pode ter certeza que dentro de um ou dois dias, será completamente esquecido.


Para assistir em: DVD (já saiu de cartaz)
Para assistir com: amigos ou família
Batatômetro: Bom

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Enrolados

Tangled
Animação / 2010
Assistido em casa com minha esposa



A melhor tacada da Disney nos últimos tempos foi trazer John Lasseter, uma das mentes brilhantes por trás da Pixar, para reformular os batidos desenhos que viviam sob a sombra do sucesso de Rei Leão.

As crianças agradecem, e os pais mais ainda. Afinal, antes eram obrigados a levar seus filhos ao cinema para aguentar 1 hora e meia de entretenimento 100% infantil. Agora, estes mesmos pais curtem tanto quanto, se não mais, os antigos “desenhos”, rebatizados de “animação”.

Com “Enrolados” não podia ser diferente. Com Lasseter no comando, a diversão adulta está garantida. Sim, o filme ainda é para crianças. Mas o humor está muito mais afinado, e agrada aos adultos em algumas cenas até mais do que agrada aos pequenos.

A história é a da Rapunzel, mas é uma versão 2.0 Reloaded. A menina dos cabelos longos é mantida por sua mãe postiça há anos trancafiada em uma torre no meio do nada, perto do nada. Tudo isso por causa dos poderes mágicos dos cabelos de Rapunzel. Com a desculpa de que o mundo lá fora é perigoso demais, a “mãe” que roubou a bebê Rapunzel dos pais, o Rei e a Rainha, consegue enrolar a menina até o dia em que um ladrão do condado, dublado por Luciano Huck na versão brasileira, se refugia na torre. Curiosa para saber sobre o mundo lá fora, Rapunzel então parte para a aventura.

Com cenas muito engraçadas e personagens ainda mais divertidos, “Enrolados” é garantia de um filme para descontrair e fazer rir pais e filhos. O selo de qualidade Pixar é 100% confiável.


Para assistir em: DVD
Para assistir com: a família, com ou sem filhos
Batatômetro: Ótimo

sábado, 9 de abril de 2011

The Hours

Nicole Kidman, Juliane Moore e Meryl Streep, protagonistas de "As Horas"


Fazia uns 8 anos que tinha assistido ao filme "As Horas" no cinema.. Recentemente li, pela primeira vez, um livro de Virginia Woolf, o próprio "Mrs Dalloway" no qual o filme foi inspirado e resolvi reassistir ao filme, agora sob o olhar de quem leu o livro. E o resultado foi incrível !

Na época, lembro de ter gostado muito do filme e, inclusive, acabei até comprando-o numa destas promoções de DVD's. Estava com um pouco de receio de assistir pois é sempre uma aventura rever um filme que você gostou muito no passado.. muitas vezes, ele não faz mais sentido, parece datado, coisas do tipo.. mas nada disto se aplica ao "As Horas".

Com um dos melhores elencos que um filme poderia ter: Nicole Kidman, Juliane Moore e Meryl Streep nos papéis principais e atrizes como Toni Colette e Clare Danes como coadjuvantes, toda a responsabilidade do filme se transformar numa obra de arte do cinema recai sobre o diretor e o roteirista. Mas fico feliz em dizer que ambos fizeram um excelente trabalho.

Trailer do filme


O filme mostra, de uma maneira sensível e bem sutil, toda a angústia reprimida da personagem criada por Virginia Wools, Mrs. Dalloway, em três histórias paralelas influenciadas pelo livro: a da própria Virginia enquanto escrevia o livro, a de Laura, uma dona de casa nos anos 50 em uma crise existencial semelhante à personagem do livro e a de Clarissa, uma mulher nos dias atuais que, como a personagem do livro, planeja uma festa.

A forma que o diretor encontrou para passar a mensagem do filme sem recriar literalmente um filme sobre o livro tornou toda a história muito mais interessante. Para um conteúdo mais denso, o filme utilizou alguns fatos da vida real de Virginia Woolf, como o sofrimento com sua doença e o seu suicídio. E isto foi, sem dúvidas, um golpe de mestre. Lendo o livro, ficamos perturbados mas intrigados com o que seria a mensagem do livro. Com o filme, temos a mesma sensação mas sob uma diferente perspectiva, justamente por incluir detalhes da vida de Virginia que têm tudo a ver com a história.

Virginia Woolf

Fiquei muito impressionado com o texto da carta de suicídio que é apresentado no filme e fui pesquisar na internet para ver se ele é verdadeiro ou não e, pelo que percebi, é sim. Ela deixou esta mensagem para o seu marido quando saiu para se afogar no rio:

'Dearest, I feel certain I am going mad again. I feel we can't go through another of those terrible times. And I shan't recover this time. I begin to hear voices, and I can't concentrate. So I am doing what seems the best thing to do. You have given me the greatest possible happiness. You have been in every way all that anyone could be. I don't think two people could have been happier till this terrible disease came. I can't fight any longer. I know that I am spoiling your life, that without me you could work. And you will I know. You see I can't even write this properly. I can't read. What I want to say is I owe all the happiness of my life to you. You have been entirely patient with me and incredibly good. I want to say that - everybody knows it. If anybody could have saved me it would have been you. Everything has gone from me but the certainty of your goodness. I can't go on spoiling your life any longer.
I don't think two people could have been happier than we have been."

Uma tradução livre da carta seria:

"Meu querido, estou certa de estar ficando louca novamente. E sinto que desta vez não vou aguentar passar por estes momentos terríveis novamente. E não devo conseguir me recuperar desta vez. Comecei a escutar vozes e não consigo me concentrar. Então resolvi fazer o que parece ser a melhor coisa no momento. Você me deu a maior felicidade possível. Você foi, de todas as maneiras, o máximo que uma pessoa pode ser. Eu não acho que duas pessoas podem ser felizes como fomos até sermos atingidos por esta doença terrível. Não posso mais lutar. Eu sei que estou estragando a sua vida e que, sem mim, você poderia trabalhar. E você vai, tenho certeza. Vê, eu nem consigo escrever isto de maneira correta. Eu não consigo ler mais. O que eu quero dizer é que devo toda a felicidade de minha vida a você. Você tem sido extremamente paciente comigo e incrivelmente bom. O que eu quero dizer é que - todos sabem. Se alguém pudesse me salvar, seria você. Tudo acabou para mim exceto a certeza de sua bondade. Eu não posso mais atrapalhar a sua vida. Não acredito que duas pessoas possam ser tão felizes como nós fomos"

De alguma forma, dá para perceber uma certa confusão no texto, o que o deixa ainda mais real e emocionante. Achei superfofo e romântico.. Nesta parte do filme, já estava me acabando de chorar.... Além da carta, o filme usa partes de cartas e diários escritos por Virginia Woolf, enriquecendo o filme e reafirmando o que ela procurou passar no romance "Mrs Dalloway". Algumas passagens eram lindíssimas e anotei duas incríveis que, de uma certa maneira, resumem o espírito de todo o filme:

" To look life in the face
Always to look life in the face
And to know it for what it is
At last, to know it
To love it for what it is,
And then.. to put it away"

Encarar a vida de frente,
Sempre encarar a vida de frente
E conhecê-la, como ela é
Pelo menos, conhecê-la
Amá-la pelo que ela é
E então.. deixá-la de lado

E a frase que deu origem ao título do filme

"Leonard, always the years between us
Always the years,
Always the love,
Always.. the hours"

Leonard (o nome do marido dela), sempre os anos entre nós,
Sempre os anos,
Sempre o amor
Sempre.. as horas

Lindo, né?! O filme é extremamente poético e, na minha opinião, um clássico atemporal. Super recomendo..No meu blog, o moda2ponto0 coloquei um post sobre o livro Mrs Dalloway.. Leia aqui

Para assistir em: DVD

Para assistir com: sozinho ou com alguém especial

Batatômetro: Imperdível

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Demônio

Devil
Thriller / 2010
Assistido em casa com uma parte da família (a que curte o gênero)



Filme mais recente do sempre polêmico diretor indiano M. Night Shyamalan, Demônio é um daqueles filmes de causar aflição, de fazer com que você agarre a almofada um pouco mais firme em alguns momentos. O suspense vai aumentando até o clímax final, quando se revela o que todo mundo quer saber.

Cinco pessoas tomam o mesmo elevador em um prédio comercial em um dia qualquer. Quando o elevador emperra, coisas estranhas começam a acontecer, o que faz com que os cinco passageiros comecem a questionar uns aos outros. Do lado de fora, por meio de câmeras de dentro do elevador, funcionários do prédio assistem a tudo o que se passa lá dentro, enquanto tentam encontrar uma forma de tirar os cinco de lá.

Para assistir em: DVD, de preferência de madrugada
Para assistir com: amigos ou família que curtam levar uns sustinhos.
Batatômetro: Bom (dentro do gênero)

Outros filmes do mesmo diretor, com opiniões minhas:

O Sexto Sentido (1999): Imperdível
Corpo Fechado (2000): Ótimo
Sinais (2002): Ruim
A Vila (2004): Ótimo
Dama na Água (2006): Ótimo
Fim dos Tempos (2008): Bom
O Último Mestre do Ar (2010): Ruim

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Senna – O brasileiro. O herói. O campeão.

Documentário / 2011
Assistido em casa com a família




O filme de quem mais orgulho trouxe aos brasileiros teria que fazer jus ao tamanho e à importância que Ayrton teve. Teria que mostrar como Senna era fantástico como pessoa. Teria que retratar a genialidade de um piloto que fazia chover quando chovia. Teria que ser grande, como Ayrton foi.

Teria, e é! Mostrando momentos marcantes da carreira de Ayrton, o filme agrada até mesmo a quem não chegou a acompanhar muito as obras-primas de Senna nas pistas, e até mesmo a quem não é muito fã de Formula 1. Não importa. Senna é maior que isso. Brasileiro como muitos, patriota como poucos. Bom piloto como muitos, gênio como ninguém.

Fernando Alonso, Sebastian Vettel e cia pilotam carros que só faltam andar sozinhos. Controle de tração? Confere. KERS, para dar aquela ajudinha extra em uma ultrapassagem? Confere. Regulagem de suspensão e aerodinâmica com apenas um toque no botão do volante? Confere.

Senna ganhou três títulos mundiais sem nada disso. Ganhou em Interlagos só com a sexta marcha, pois a caixa de câmbio havia quebrado e travado naquele ponto. Ganhou no braço, no talento, “na raça” mesmo, coisa que falta hoje em dia.

Schumacher quem? Ayrton Senna é imortal. O maior piloto que já existiu.

Para assistir em: DVD

Para assistir com: a família toda

Batatômetro: Imperdível

Classificação dos Filmes

Em nossos posts, haverá uma avaliação final (pessoal, é claro) de acordo com a classificação abaixo:


Além disso, haverá ainda recomendações pessoais de onde assistir e com quem assistir.

Vamos procurar, desta forma, fazer com que a escolha de um filme para uma ocasião específica fique mais fácil.

Fiquem à vontade sempre para compartilhar suas experiências pessoais, já que este é o grande propósito dos Batatas de Sofá.

Por quê "Batatas de Sofá"?

A expressão "batata de sofá" é uma livre tradução da original em inglês, "couch potato".

Segundo o dicionário Merriam-Webster:
"One who spends a great deal of time watching television"
Segundo os autores deste blog, ser "batata de sofá" significa simplesmente gostar muito de cinema, assistir a filmes com bastante frequência, seja nos telões ou em casa, e compartilhar suas impressões, sensações e reações com outras pessoas.

Se você se enquadra nesta descrição, junte-se a nós e seja bem-vindo, Batata de Sofá!


O vídeo é uma sátira da expressão americana, que tem um sentido muito mais pejorativo mesmo, de pessoas não muito sociáveis. Vale a pena ver just for the fun of it! =)