quinta-feira, 30 de junho de 2011

Um Jantar para Idiotas

Dinner for Schmucks
Comédia | 2010
Assistido em casa em DVD


Steve Carell, o virgem de 40 anos do filme homônimo, entrou definitivamente para o Hall dos grandes comediantes entregando um personagem hilário em um filme já antológico da categoria. Paul Rudd, que ganhou destaque em Hollywood depois de sua contribuição no seriado Friends como Mike, o namorado de Phoebe, anda bem cotado ultimamente para fazer filmes de comédia (romântica ou não), e sempre contribui com bons papéis. Zach Galifianakis, o gordinho barbudo do trio de Se Beber, Não Case, sucesso estrondoso de bilheteria, principalmente nos EUA, também tem recebido excelentes críticas por sua veia cômica.

Com um elenco como este, é de se esperar um filme daqueles de gargalhar de rir, algo “incrivelmente divertido”, como alardeia a capa do DVD. Ok para o divertido, mas not ok para o incrivelmente.

No longa, Tim (Paul Rudd) é um executivo em ascensão que precisa de uma única coisa para ter sucesso na empresa onde trabalha: encontrar a pessoa certa (no caso, um completo idiota que será zombado ao extremo) para levar ao jantar mensal de seu chefe, no qual é vencedor da noite aquele que levar o convidado mais engraçado. Por sorte, Tim conhece Barry (Steve Carell), um cara que monta números musicais com ratos embalsamados. Quando a dupla aparece no jantar, a maluquice vai às alturas.

A ideia central do filme em si não é nada sensacional, e o filme tem seus poucos mas bons momentos muito mais por conta dos atores em si do que qualquer outra coisa. Os pequenos momentos em que Zach Galifianakis contracena com Steve Carell são os melhores, e tornam o filme muito mais digerível.

Para assistir em: DVD
Para assistir com: o(a) parceiro(a) ou amigos
Batatômetro: Regular

quarta-feira, 29 de junho de 2011

X-Men: Primeira Classe

X-Men: First Class
Ação | 2011
Assistido no Shopping Iguatemi em Campinas



Se os filmes dos mutantes lançados até agora formassem um livro, o mais novo “X-Men: Primeira Classe” seria um prólogo. Todo o passado dos primeiros mutantes é revelado com detalhes e muita destreza neste ótimo filme, que reúne um elenco extremamente competente de algumas caras novas de Hollywood.

Mostrando personagens de épocas diferentes, o longa mostra a reunião entre o Professor Charles Xavier (James McAvoy) e Erik Lehnsherr (Michael Fassbender), o futuro Magneto, quando seus poderes ainda estavam despertando e ainda eram amigos. O papel de supervilão do filme fica a cargo de Kevin Bacon, na minha opinião em seu melhor papel da carreira, outra grande contribuição para a trama.

É interessante conhecer alguns detalhes que culminaram nos personagens como os conhecemos no primeiro longa dos Mutantes, lançado no ano 2000. O diferente passado da Mística, o motivo pelo qual o Professor X anda de cadeira de rodas, de onde surgiu a divergência entre Magneto e o Professor, como foi criada a Escola Xavier para Jovens Superdotados, enfim, vários temas curiosos são abordados e explicados neste prólogo.

A característica que mais chama a atenção em “X-Men: Primeira Classe”, curiosamente, não são os efeitos especiais. Estes estão presentes, claro, e são excelentes, mas a beleza deste filme está justamente nos conflitos internos e descobertas dos personagens, nos processos de aceitação e de auto conhecimento que são deflagrados durante toda a trama. E talvez seja esta mesma a grande lição de Bryan Singer (produtor e roteirista deste último, e diretor do primeiro X-Men) nesta reinvenção da série: a de que todo filme, mesmo sendo este um filme de heróis, deve sempre buscar ser, acima de tudo, um bom filme.

Para assistir em: 3D ou em 2D mesmo, mas nas telonas de preferência
Para assistir com: o(a) parceiro(a) ou amigos
Batatômetro: Ótimo

terça-feira, 28 de junho de 2011

Cisne Negro

Black Swan
Drama | 2010
Assistido em casa em DVD


Quando Darren Aronofsky pintar nos créditos como diretor de um filme, prepare-se para uma viagem visual, mergulhar nos personagens de uma forma absurdamente visceral. Se você assistiu a “O Lutador”, que trouxe de volta Mickey Rourke, sabe bem o que é isso. Se não bastar, o psicodélico “Réquiem Para Um Sonho” cumprirá a função.

O “Cisne Negro” que dá título ao filme é a contraparte do Cisne Branco, dois personagens de uma montagem de balé de “O Lago dos Cisnes”, espetáculo concebido no filme pelo diretor artístico Leroy (Vincent Cassel), que precisa escolher uma bailarina fora de série para substituir uma grande estrela que está se despedindo dos palcos (bem interpretada por Wynona Rider) e protagonizar a nova montagem, interpretando tanto a formosura do Cisne Branco, símbolo de graça e pureza, e o poder de sedução do Cisne Negro, que simboliza malícia e sensualidade.

A incumbência da desafiadora tarefa é delegada à Nina (Natalie Portman), uma bailarina extremamente dedicada e muito técnica, que consegue facilmente interpretar o Cisne Branco, já que conhece o balé enquanto aprendizado e disciplina, mas que se perde em sua mente atormentada quando precisa incorporar o Cisne Negro, já que este é mais ligado ao mundo das sensações e dos desejos. Com a cobrança sufocante da mãe, uma ex-bailarina, Nina entra em parafuso ao longo da preparação do espetáculo, começa a ter alucinações, e o filme mergulha com ela em um universo subjetivo cada vez mais delirante.

E foi neste jogo de contrastes e opostos que a belíssima Natalie Portman colocou seu nome no Hall da Fama de Hollywood, amealhando a estatueta de Melhor Atriz por sua fascinante entrega em “Cisne Negro”, no que talvez tenha sido o Oscar mais merecido em 2011.

Compre a sua passagem sem medo e prepare-se para mais uma viagem intensa!

Para assistir em: DVD
Para assistir com: o(a) parceiro(a) ou amigos, mas sozinho(a) também rola.
Batatômetro: Ótimo

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Se Beber, Não Case II

The Hangover Part II
Comédia | 2011
Assistido no shopping Cidade Jardim




Depois de uma farra inesquecível em Las Vegas, Phil (Bradley Cooper), Stu (Ed Helms), Alan (Zach Galifianakis) e Doug (Justin Bartha) seguiram com suas vidas. Mas o bom e velho Stu está disposto a casar novamente, desta vez com Lauren (Jamie Chung), e o local escolhido para a cerimônia foi a exótica Tailândia. Mas o que era para ser uma simples despedida de solteiro acabou se transformando em outra aventura muito louca, só que agora em um país diferente, com suas próprias regras e a promessa de ser "marcante".

Ou seja, mais do mesmo! A sinopse acima poderia muito bem ser usada no primeiro filme, e talvez poucas pessoas percebessem. Nada contra repetir a fórmula de sucesso do primeiro (e ótimo) “episódio”, mas também usar praticamente a mesma roupa não caiu muito bem.

Ok, o “bando de lobos” ainda rende boas risadas, a química entre os três atores rola muito fácil, mas não seria má ideia ousar um pouco mais...

Para assistir em: DVD (dá pra esperar sair das telonas)
Para assistir com: o(a) parceiro(a) ou amigos
Batatômetro: Bom

terça-feira, 14 de junho de 2011

Trabalho Interno

Inside Job
Documentário | 2010
Assistido em casa em DVD


Muito se fala de como o Brasil poderia ser um país melhor, que se não fosse a corrupção, estaríamos em situação bem superior à atual; que as pessoas que nos representam estão mais interessadas em benefícios próprios do que no bem da sociedade; que o cidadão brasileiro não está nem aí e não faz nada para mudar essa situação toda, que somos submissos e tolos; que somos, enfim, um país de terceiro mundo, que em nada se compara a grandes economias de grandes países desenvolvidos, principalmente àquele em que o Brasil mais se espelha: os Estados Unidos da América.

Se você também pensa assim, é bom assistir a este filme. Se não pensa assim mas não sabe ainda ao certo como aquela grande crise de 2008 se desenrolou, é bom gastar algum tempo para ficar sabendo com detalhes o que aconteceu.

De forma documental, e narrado por Matt Damon, Trabalho Interno relata, de forma bem didática, os fatores que desencadearam uma crise econômica de proporções globais que fez com que milhões de pessoas perdessem suas casas, empregos, e em alguns casos as economias de uma vida inteira. Ao todo, foram gastos 20 trilhões de dólares para combater a situação.

Pesquisas extensas e inúmeras entrevistas com importantes pessoas ligadas ao mundo financeiro, além de políticos e jornalistas, ajudaram a desvendar o relacionamento corrosivo que envolveu representantes da política, da justiça e do mundo acadêmico.

O sentimento que fica quando o filme termina é de revolta, de nojo mesmo, nada diferente do que sentimos quando casos parecidos são deflagrados aqui em nosso país. E o mais absurdo de tudo é saber que, também como ocorre aqui, a impunidade reina soberana. Essa não escolhe lugar...

Para assistir em: DVD
Para assistir com: sozinho, já que o filme requer atenção extrema
Batatômetro: Excelente

domingo, 5 de junho de 2011

Viver (Ikiru)



Assisti ao primeiro filme do diretor Akira Kurosawa na minha vida. Eu tinha um pouco de preconceito em assistir aos filmes dele.. Achava que seriam parados, muito concentuais, chatos. Mas fiquei extremamente surpreso ao perceber que, na verdade, são bem diferentes disto.

Viver é um filme feito no Japão em 1952. É impressionante ver como ele é um filme moderno. A primeira cena do filme é a imagem de uma radiografia de um estômago e uma voz narrando que este estômago tem câncer e que o dono no estômago ainda não sabe que tem este problema. Aí o filme começa a mostrar a história de um homem mais velho, chefe de seção de um departamento público e que realiza o mesmo trabalho burocrático há quase 30 anos.

Ao descobrir que tem câncer e que lhe resta pouco tempo de vida, ele fica desesperado e perdido e começa a questionar sobre tudo o que fez em sua vida e, tristemente, percebe que não fez nada que o agradasse de verdade. Viveu os 30 anos dentro de um regime burocrático no qual desempenhava um papel bobo e sem graça. Lembrou de um projeto que não conseguiu implantar em sua vida e que passou todos estes anos trabalhando para sustentar um filho que já não lhe dá muita atenção.

O ponto forte do filme é mostrar isto de uma forma tão natural e direta, um questionamento que, de uma forma ou de outro, deveria fazer parte da vida de todos. Em um momento no filme, as personagens se questionam se a mudança que ele fez em sua vida foi decorrente dele saber que tinha pouco tempo de vida e chegam à conclusão que sim e que, logicamente, com esta perspectiva, era esperado que ele mudasse e buscasse algo que fizesse sentido. Aí uma das personagens faz a pergunta que, na verdade, é a mensagem principal do filme: se ninguém sabe quando vai morrer, amanhã qualquer um pode morrer. Por que, então, isto não muda as nossas vidas?

Fiquei realmente apaixonado pelo filme e entusiamadíssimo para ver outros filmes do Kurosawa. Juro que não esperava ver algo tão moderno e divertido. E tampouco ver temas tão atemporais como este. Com certeza é um filme que deve ser visto por todos. Recomendadíssimo !!

Batatômetro: ótimo

Veja abaixo uma cena linda do filme:

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Além da Vida

Hereafter
Drama | 2011
Assistido em casa em DVD


O que nos espera além da vida? Existe algo após a morte? É com base nos preceitos do espiritismo que o diretor Clint Eastwood dá vida a este lindo drama.

Três pessoas são tocadas pela morte de maneiras diferentes. George (Matt Damon) é um americano que desde pequeno consegue manter contato com a vida fora da matéria, mas considera o seu dom uma maldição e tenta levar uma vida normal. Marie (Cécile De France) é jornalista, francesa, e passou por uma experiência de quase morte durante um tsunami, em cena forte do início do filme que foi muito bem feita. Em Londres, o menino Marcus (Frankie McLaren/George McLaren) perde alguém muito ligado a ele e parte em busca desesperada por respostas. Enquanto cada um segue sua vida, o caminho deles acaba se cruzando de forma muito interessante, e muito bem amarrada por este cada vez melhor e mais surpreendente diretor.

Clint parece se superar a cada filme, e consegue contar uma história como poucos. A única coisa que não fica muito clara no filme é se ele próprio acredita no espiritismo, mas que mesmo assim não tira o brilho de sua mais nova obra.

Para assistir em: DVD
Para assistir com: a(o) parceira(o) e amigos
Batatômetro: Ótimo